11/08/2025

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COP30: Empresários focam em soluções de sucesso da agenda verde

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SB COP já recebeu mais de 700 cases. Chair da SB COP, Ricardo Mussa acredita que o setor empresarial pode contribuir efetivamente para a construção de consensos internacionais e o avanço da agenda climática, a partir dessas iniciativas positivas


Liderar pelo exemplo é a estratégia da Sustainable Business COP (SB COP) para influenciar os rumos da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). É dessa forma que o chair da iniciativa, Ricardo Mussa, acredita que o setor empresarial pode contribuir efetivamente para a construção de consensos internacionais e o avanço da agenda climática. Lançada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a SB COP quer mostrar, com base em experiências concretas, que o setor privado já entrega soluções e pode ir além.

“Abrimos uma chamada para envio de cases de sucesso das empresas, e já recebemos mais de 700 projetos. Vamos, lá na COP, mostrar esses exemplos”, afirmou Mussa nesta quarta-feira (6), durante evento paralelo à São Paulo Climate Week, promovido pela SB COP na sede da CNI, em São Paulo.

Ex-presidente da Raízen, uma das maiores fabricantes de etanol do mundo (biocombustível relevante para a redução das emissões globais), Mussa hoje lidera a articulação internacional que reúne organizações empresariais equivalentes à CNI em mais de 60 países. Ao todo, a SB COP representa mais de 35 milhões de empresas.

A iniciativa organizou o trabalho em oito eixos temáticos, com o objetivo de apresentar contribuições práticas e relevantes para os negociadores da conferência nas seguintes áreas: economia circular; green skills e empregos verdes; soluções baseadas na natureza (NbS); cidades sustentáveis; transição energética; e bioeconomia. Em vez de anunciar novas iniciativas, o grupo aposta em demonstrar o que já está funcionando.

“A melhor forma da gente ajudar, talvez, não seja só dar as recomendações. Como a gente tem 35 milhões de empresas, a gente pensou diferente. Vamos olhar o que está funcionando”, explicou. “Vamos entender por que um projeto de bioeconomia na Malásia está dando certo. Por que ele está funcionando? A partir desse entendimento, que veio de um caso concreto, partiremos para a negociação.”

O modelo de atuação foi inspirado no B20, braço empresarial do G20. “A gente copiou muito da estrutura do B20, mas qual foi a vantagem que percebi ao longo do tempo? Que tínhamos uma infinidade de exemplos excelentes para levarmos para a COP”, aponta o chair da SB COP.

Para Mussa, o caminho é oferecer soluções reais, testadas e replicáveis. “A gente tem que estar do lado da solução. Claro que tem mazelas, mas, em vez de falar dos problemas, vamos falar das soluções e fazer uma excelente COP.”

Durante o fórum realizado nesta quarta-feira (6), os grupos temáticos da SB COP debateram o avanço das recomendações e a curadoria dos projetos que serão levados à conferência em Belém. A abertura reuniu o superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo (CNI); Gabriella Dorlhiac, diretora executiva da ICC Brasil; Dan Ioschpe, Campeão de Alto Nível da COP30; e o próprio Mussa. 

Participando remotamente, a CEO da COP30, Ana Toni, destacou a importância da mobilização do setor privado para o sucesso da conferência e parabenizou a atuação da SB COP.